Conheça o livro "As Mais Belas Trilhas da Patagônia"

Torres del Paine, El Chaltén, Bariloche, Ushuaia, Villarrica, Cerro Castillo, Dientes de Navarino e Parque Patagonia

Noroeste Argentino

Introdução

O noroeste argentino é uma região de beleza natural impressionante, vilas charmosas, cidades bonitas, rica história e cultura, ótima culinária e, mesmo assim, é pouco conhecida pelos brasileiros, que normalmente atravessam rapidamente o NOA, como é conhecida essa região pelos argentinos, para chegar em San Pedro de Atacama, do outro lado da Cordilheira dos Andes.

De modo algum eu vou escrever que o Atacama não deve ser visitado pois é uma região incrível, mas se você, assim como eu, prefere locais não muito turísticos, coloque o NOA na sua lista porque tenho certeza que se encantará. Abaixo mostro um roteiro do que mais gostei depois de fazer três viagens de carro por lá.

O noroeste argentino é a área mais clara do mapa, que inclui as províncias de Jujuy, Salta, Catamarca, Tucumán, Rioja e Santiago del Estero, apesar que nenhum atrativo desse artigo se encontra em Santiago del Estero.

 

Melhor época

No verão há mais verde nas montanhas, diminuindo um pouco a aridez das paisagens, mas, por outro lado, tem mais chances de pegar dias nublados e com chuva. Nas noites de inverno o frio é intenso, especialmente na região mais alta do roteiro, com mínimas de até 10° abaixo de zero, mas é praticamente certo que não choverá uma vez sequer durante sua viagem. Ou seja, é possível ir todo o ano, a escolha depende do clima que prefere.

 

É preciso um 4×4?

Quase todo o roteiro no mapa abaixo pode ser feito por carro de passeio em qualquer época do ano, mas alguns atrativos exigem o uso de um 4×4 ou, ao menos, de um carro alto. Durante a descrição dos atrativos eu cito quais precisam do 4×4, mas mesmo que você não tenha um, não deixe de viajar para o NOA porque tem muita coisa para ver e fazer com um carro de passeio.

Clique para abrir imagem de satélite retirada do Google Earth.

 

Salta e San Salvador de Jujuy

A cidade de Salta é a capital da província de Salta e tem 627 mil habitantes (Censo 2022), o que a coloca entre as 10 mais populosas da Argentina. Considerando seu tamanho, é uma cidade limpa, organizada, segura e que merece o apelido La Linda, como é chamada pelos argentinos.

Para quem vem dirigindo desde o sul do Brasil, é a cidade base para o circuito pelo NOA e merece um ou dois dias de visita para conhecer o Cerro San Bernardo, que oferece uma vista panorâmica da cidade, o Museu de Arqueologia de Alta Montanha, com suas múmias e vasto acervo, e também para caminhar pelo belo centro histórico e comer muito bem, como aconteceu comigo no restaurante La Nueva Criollita.

No prédio do antigo Cabildo, ou seja, o local onde era gerida a cidade, hoje funciona o interessante Museo Histórico del Norte.

Salta, La Linda, vista desde o Cerro San Bernardo, que pode ser acessado de carro, a pé ou por um teleférico.

San Salvador de Jujuy é a capital de Jujuy e seu centro é bonito, mas tem menos atrativos que Salta, então se só tiver tempo de conhecer uma das duas, fique em Salta.

 

Purmamarca e Cerro de Siete Colores

Por manter suas características originais, Purmamarca é um dos 16 “Pueblos Auténticos” da Argentina, título dado às vilas que conservam sua identidade em diversos aspectos, como cultura, arquitetura, gastronomia, história, etc. Além disso, o Cerro de Siete Colores pode ser visto da própria vila, mas melhor ainda é subir por uma curta trilha até o mirante que te deixará de frente para Purmamarca e a montanha colorida. Essa trilha que estou descrevendo não é a mesma que tem dentro da cidade, é preciso subir o morro do outro lado da estrada para ter a vista da foto abaixo.

Purmamarca e o Cerro de Siete Colores.

 

Tilcara

Comparando com Purmamarca e Humahuaca, Tilcara é a cidade com melhor estrutura turística. Seu centro é bem interessante e, junto da cidade, você pode visitar um pucará, que é uma fortificação dos povos andinos para proteção de suas vilas. O Pucará de Tilcara tem áreas reconstruídas, permitindo que o visitante veja como eram essas fortalezas, e junto do Pucará há um jardim botânico com espécies típicas da altitude dos Andes.

Em Tilcara há outros passeios e eu fiz dois: a trilha que leva para a Garganta del Diablo e Cascada Natural, e também a trilha para as Cuevas de Waira. Honestamente, só recomendo que faça essas trilhas se estiver com muito tempo livre, porque há coisas bem mais interessantes na região.

Pucará de Tilcara, uma antiga fortificação dos povos andinos.

O Pucará de Tilcara foi reconstruído para que possamos ver como eram essas fortificações.

Para quem está acostumado com as cachoeiras brasileiras, a Cascada Natural não impressiona. A Garganta del Diablo fica na mesma trilha, mas a formação homônima da Quebrada de Las Conchas é mais bonita.

Essa caverna não é interessante caso você já tenha estado em outras, pois aqui não há formações como estalactites, então só vá se for algo realmente novo para você.

 

Humahuaca e Serranía de Hornocal

A região bem central de Humahuaca tem algumas ruas e praças bonitas, mas no geral, acho que Tilcara e Purmamarca são mais interessantes. A vantagem de se hospedar em Humahuaca é por estar mais perto do Hornocal e da Puente del Diablo, dois atrativos imperdíveis do NOA.

O mirante para a Serranía de Hornocal fica a 4.300 m de altitude e tem acesso para carros de passeio por estrada de terra.

As variadas cores se devem aos diversos minerais que se acumularam em camadas há mais de 75 milhões de anos, quando essa região estava coberta pelo mar.

As incríveis cores e formas do Hornocal.

 

Iruya e San Isidro de Iruya

Ao norte de Humahuaca fica Iruya, uma pequena cidade encravada nas montanhas dos Andes, já fora da Quebrada de Humahuaca. O caminho até Iruya é bonito e o lugar onde a cidade está também, mas a cidade em si eu achei menos interessante que todas as outras que descrevi nesse roteiro. Porém, se mesmo assim você for para Iruya, considere fazer a trilha para San Isidro de Iruya, uma vila onde se chega apenas caminhando por uma trilha de 7 km (apenas ida) e que é o atrativo para quem vai até Iruya.

Estrada para Iruya.

Trilha para San Isidro de Iruya.

 

Puente del Diablo

Um dos atrativos menos conhecidos do NOA, mesmo sendo um dos mais bonitos, é a Puente del Diablo. Essa formação é pouco visitada porque a trilha para chegar nela leva umas duas horas, quase sempre subindo. Considere mais uma hora e meia para voltar e a altitude de mais de 4 mil metros e pronto, a trilha espanta todo mundo que não está em boa condição física ou que não se aclimatou totalmente.

Clique aqui para abrir minha página no Wikiloc e baixar o trajeto para a Puente del Diablo.

Trilha para a Puente del Diablo.

A Puente del Diablo fica a 4.065 m sobre o nível do mar.

Ao fundo fica a estrada onde começa a trilha para a Puente del Diablo.

 

Monumento Natural Laguna de los Pozuelos

Essa grande lagoa abriga em torno de 130 espécies de pássaros, incluindo os três tipos de flamingos encontrados na Argentina. Aliás, aqui vivem 87% de todos os flamingos andinos do mundo e, sendo essa a espécie mais ameaçada de flamingo, faz todo sentido que seja uma área protegida.

É preciso caminhar em torno de 2 km até a beira da laguna, mas infelizmente os flamingos ficam afastados da beira, então você só os verá bem de longe e é por isso que não acho que vale a pena visitar a Laguna de los Pozuelos.

Na foto não parece que os flamingos estão muito distantes, mas isso porque usei uma teleobjetiva grande.

Laguna de los Pozuelos.

 

Valle de la Luna e Cusi Cusi

Ainda menos conhecido que a Puente del Diablo, mas tão lindo quanto, é o Valle de la Luna que fica próximo à vila de Cusi Cusi. Não confunda com o Valle de la Luna do Deserto do Atacama, pois o de Cusi Cusi, mesmo sendo bem menor, eu o considero mais bonito por causa das diferentes cores.

A vila de Cusi Cusi não é tão interessante como outras descritas nesse artigo, mas serve de pernoite caso visite o Valle de la Luna no fim do dia, quando a luz fica melhor para fotografar.

A luz mais bonita para fotografar o Valle de la Luna em Cusi Cusi é no fim do dia.

Valle de la Luna em Cusi Cusi.

Valle de la Luna em Cusi Cusi.

Valle de la Luna em Cusi Cusi.

Emas na Ruta 40, próximas à Cusi Cusi.

 

San Francisco de Alfarcito

Alguns parágrafos acima eu expliquei o que é um Pueblo Auténtico, quando falei de Purmamarca, e Alfarcito é outra vila com esse título, mas muito menor e menos turística. Aliás, se quiser comer ou pernoitar aqui, é bom fazer reserva antecipadamente, senão corre o risco de não encontrar nenhum lugar aberto.

Quando colocar no GPS, cuidado para não se confundir com outra vila também chamada Alfarcito, mas na província de Salta.

Foto aérea de San Francisco de Alfarcito, em Jujuy.

San Francisco de Alfarcito.

San Francisco de Alfarcito.

 

Salinas Grandes

Essa é uma das maiores salinas do mundo e, como aqui ainda acontece extração de sal, o acesso é permitido apenas em um local próximo da estrada, mediante um pagamento bem barato. Para entrar com o carro e dirigir pelo salar, é necessário contratar guia. Como eu já atravessei vários salares, incluindo o Salar de Uyuni, que é o maior do mundo, não fiz esse passeio, mas se você nunca esteve em um salar, acredito que vale a pena.

Vista aérea de Salinas Grandes no local onde ela é cortada pela estrada.

Trecho aberto à visitação em Salinas Grandes.

 

Desierto del Diablo

No caminho para o Desierto del Diablo você passará por San Antonio de los Cobres, que não é uma cidade bonita, mas caso fique lá para se aclimatar, recomendo que vá no restaurante Quinoa Real, onde comi dois bons pratos de lhama.

Entre Tolar Grande e Pocitos você vai encontrar montanhas monocromáticas, mas com formatos lindos, e para melhorar, no topo do ponto chamado Siete Curvas há um mirante que rende fotos lindas para o Desierto del Diablo.

 

Desierto del Diablo, entre Tolar Grande e Antofagasta de la Sierra.

Desierto del Diablo.

 

Tolar Grande

Essa pequena vila tem pouca estrutura para o turismo, mas mesmo assim é uma boa base para conhecer diversos atrativos na região. Das hospedagens que vi em 2025, a melhor era a Casa Andina, as outras eram quartos nas casas dos moradores e o preço era quase o mesmo.

Há dois locais conhecidos como “Mirador de Tolar Grande”. Um fica dentro da vila e tem vista para as construções. Esse da foto é outro, saindo um pouco da vila pela estrada que leva para o Cono de Arita.

Próximo à Tolar Grande há duas fileiras de morros que parecem ter sido construídos por pessoas, mas são formações naturais.

Essas pequenas lagunas coloridas são o lar dos estromatólitos, estruturas que são consideradas fósseis vivos, já que os estromatólitos são as formas de vida mais antigas do nosso planeta que ainda existem. Essas estruturas rochosas são criadas por cianobactérias desde 3,5 bilhões de anos atrás e, se não fosse pelas cianobactérias, a vida na Terra seria muito diferente, já que a fotossíntese feita pelas cianobactérias foi responsável por aumentar o nível de oxigênio do planeta e, com isso, permitindo que novas e mais complexas formas de vida pudessem evoluir. Para ter melhor noção de tamanho, repare que há uma pessoa no lado esquerdo da foto, logo abaixo da laguna.

As lagunas mostradas na foto anterior infelizmente foram colapsadas e agora se encontram como nessa foto, que inclui as três lagunas da primeira foto.

Como os Ojos de Mar que estavam abertos à visitação colapsaram, fizeram um novo caminho para outras lagunas, mas um pouco menores.

Ojo de Mar em Tolar Grande.

El Arenal é um passeio curto, próximo da cidade, onde pode-se ver algumas formações interessantes e várias dunas. Bonito, mas nem tanto como o Mirador e os Ojos de Mar. Outro passeio curto é para a Cueva del Oso, sendo possível chegar de carro até bem perto dessa gruta, mas dentro dela há apenas algumas formações bem pequenas, não acho que seja interessante se você já visitou alguma outra caverna.

Distante 61 km de Tolar Grande em uma estrada que não precisa de 4×4, fica uma laguna que não tem muita água, mas no verão há flamingos e a altitude de 4.300 metros é boa para aumentar sua aclimatação, caso esteja planejando ir para lugares mais altos.

Flamingos na Laguna Santa María.

Clique aqui para abrir minha página no Wikiloc e baixar o trajeto para a Laguna Santa María.

 

Mina La Casualidad e Mina Julia

La Casualidad e Julia são duas minas de extração de enxofre que foram desativadas décadas atrás. Eu as visitei apenas para ajudar na aclimatação para subir o vulcão Ojos del Salado, porque visitar ruínas de minas não é algo que chama minha atenção, mas é um passeio bem conhecido.

A Mina La Casualidad fica a 4.075 m de altitude e tem alguns imóveis que, apesar de estarem em péssimo estado, podem ser usados de abrigo contra o vento, sendo uma boa opção de camping.

A Mina Julia fica a 5.250 m de altitude e é um bom ponto para passar umas horas para melhorar a aclimatação, caso planeje subir algum dos vulcões de 6 mil metros da região.

Vista aérea da Mina La Casualidad

Interior do prédio que, na foto aérea, está do lado direito.

Raposa vista próxima da Mina La Casualidad.

Mina Julia, a 5.250 metros de altitude.

Ruínas da Mina Julia, na fronteira com o Chile.

 

Cono de Arita

No Salar de Arizaro, a 65 km de Tolar Grande, fica a formação geológica mais impressionante do NOA e uma das mais belas que já vi, o Cono de Arita. Esse cone quase simétrico tem mais ou menos 200 metros de altura, sua base fica a 3.510 m de altitude e, como em volta dele há uma larga planície de sal, sua forma se destaca ainda mais do que se estivesse cercado de montanhas.

De acordo com o geólogo José Selléz-Martínez, professor da Universidade de Buenos Aires, o Cono de Arita não é um vulcão, como se lê em muitos artigos, na verdade ele foi formado pela erosão que, aos poucos, eliminou os materiais que haviam em sua volta. Como não tenho conhecimento para debater assuntos geológicos, meu interesse consistiu apenas em apreciá-lo e fotografá-lo em diferentes momentos do dia e da noite.

O sol não se põe de modo a ser enquadrado junto com o Cono, mas a luz fica tão bonita que recomendo que fique no mirante até escurecer, quando ele projeta sua sombra pelo Salar de Arizaro.

Foto aérea do Cono de Arita e Salar de Arizaro.

A cor rosa do sol se deve ao fenômeno conhecido como Cinturão de Vênus, que ocorre no lado oposto ao do pôr/nascer do sol. A área mais escura, próxima do solo, é a sombra da Terra.

 

Salar de Antofalla

Esse é um dos maiores salares da Argentina, mas apesar de ter 130 km de comprimento, tem apenas 15 km em seu trecho mais largo. Na beira do salar fica Antofalla, a única vila da província de Catamarca na lista de “Pueblos Auténticos”, então não deixe de caminhar por suas ruas e, se quiser pernoitar, há opções de hospedagem na vila.

Antofalla.

Bem próximo da vila fica a Laguna Verde (sim, mais uma laguna com esse nome). Mesmo ela não sendo tão verde como se vê em muitas das fotos encontradas na Internet, com as cores absurdamente saturadas, ela é linda e, como aqui não há turismo em massa, você vai poder fotografá-la sem pessoas indesejadas aparecendo na frente da câmera. Repare que há duas pessoas no lado esquerdo superior da foto, próximas à lagoa, para ter melhor noção de tamanho.

Os Ojos de Campo são gêiseres extintos e, curiosamente, cada “olho” tem uma cor diferente. Essas formações ficam a 13 km ao sul de Antofalla, no caminho para La Botijuela.

Ojos de Campo no Salar de Antofalla.

Ojos de Campo no Salar de Antofalla.

Vista aérea da Botijuela. As águas que brotam da encosta de um vulcão transformam a Botijuela em um oásis onde vive apenas um senhor, seu cachorro e alguns animais de criação, como lhamas, porcos e cabras.

No terreno desse “ermitão” há um pequeno lago de água termal e, para visitar sua propriedade, ele cobra ingresso, criando assim uma renda.

O Salar de Antofalla é um local onde o avistamento de emas (ñandús) é razoavelmente comum.

 

Laguna Diamante e Fumarolas do Vulcão Galán

Com altitude de 4.600 m, a Laguna Diamante fica na caldeira (caldeira é, grosseiramente falando, criada pelo colapso e afundamento do topo de um vulcão) do Vulcão Galán e é uma das mais bonitas do NOA, mas seu acesso exige um 4×4.

Se estiver bem aclimatado, a beira da Laguna Diamante é um ótimo lugar para passar a noite e ter a chance de ver as fumarolas do Vulcão Galán ao amanhecer.

Na encosta do Vulcão Galán, com acesso de carro, nasce o riacho que alimenta a Laguna Diamante. A água brota com 86 graus e o encontro da água quente com o ar frio cria fumarolas que ficam especialmente bonitas no nascer do sol, quando esse choque de temperaturas é maior.

Nascente do riacho que alimenta a Laguna Diamante.

 

Sierra de Real Grande e Cañadón del Viento

É possível chegar na Laguna Diamante por El Peñón, em uma estrada que exige 4×4, mas que não tem muitas dificuldades, ou por Antofagasta de la Sierra, passando por um campo de petróglifos, pelo estreito Cañadón del Viento e a Sierra de Real Grande. Mesmo que você tenha um bom 4×4, não é recomendável fazer esse caminho em apenas um veículo, pois pode demorar dias até que passe alguém, caso você precise de ajuda.

Antofagasta de la Sierra é a cidade com mais estrutura do roteiro entre Hualfín e San Antonio de Los Cobres, com várias opções de hospedagem, algumas de alimentação e dois postos de combustível, mas que aceitam pagamento apenas em dinheiro. Como o único caixa eletrônico da cidade costuma não ter dinheiro, leve bastante porque não se pode contar que vai conseguir fazer uma retirada.

Clique aqui para abrir minha página no Wikiloc e baixar o trajeto do Circuito Laguna Diamante.

Cañadón del Viento, no caminho entre Antofagasta de la Sierra e Laguna Diamante.

Sierra de Real Grande, no caminho entre Antofagasta de la Sierra e Laguna Diamante.

 

Mirante para Caldeira do Vulcão Galán

Para chegar até esse mirante saindo de El Peñón não é necessário 4×4, mas você estará a 4.766 metros de altitude, então se aclimate antes.

No topo da caldeira, o mirante oferece uma vista sensacional para a Laguna Pabellón e parte da Laguna Diamante. Nessa foto se vê a Laguna Diamante inteira porque foi feita com drone.

 

Laguna Grande

Distante 37 km de El Peñón, no mesmo caminho que leva para a Laguna Diamante pelo sul, não é preciso 4×4 para chegar nessa lagoa que, no verão, recebe milhares de flamingos. Ao contrário da Laguna de los Pozuelos que já mencionei nesse artigo, aqui você consegue vê-los de perto.

Centenas de flamingos na Laguna Grande.

Flamingos na Laguna Grande.

Guanacos e flamingos na Laguna Grande.

 

Laguna Carachi Pampa

Lagoa grande e bonita, mas que não é uma das mais interessantes da região. De qualquer forma, fica no caminho para o Campo de Piedra Pomez se você for direto de Antofagasta de la Sierra, sem passar por El Peñón. O caminho até a lagoa não exige 4×4, mas para seguir em frente é necessário porque o trecho para o Campo de Piedra Pomez está em mal estado.

Foto aérea da Laguna Carachi Pampa.

Flamingos na Laguna Carachi Pampa.

 

Campo de Piedra Pomez

O caminho mais curto para esse atrativo imperdível é por El Peñón e é preciso 4×4, então se você não tem um, contrate uma agência, porque vale demais conhecer.

A pedra-pomes é uma rocha de origem vulcânica, com pequena densidade por ser muito porosa e esse campo tem 750 km² dessa rocha nos mais varados formatos, criados pela erosão durante os últimos 100 mil anos.

Foto aérea mostrando parte dos 750 quilômetros quadrados do Campo de Piedra Pomez.

Campo de Piedra Pomez.

Campo de Piedra Pomez.

Campo de Piedra Pomez.

 

Laguna Blanca

A vila Laguna Blanca foi criada em uma região historicamente ocupada pelo povo Diaguita, que hoje se divide entre o campo e a vila, onde possuem algumas hospedagens.

Localizada na encosta do vulcão de mesmo nome, que tem 6.012 metros de altitude, a vila serve de base para quem quer subi-lo, mas como ela fica a 3.300 m de altitude, a ascensão é grande. Para quem não quer fazer tão desgastante trekking, há um museu, jardim botânico e trilha para ver arte rupestre.

Villa Laguna Blanca.

Laguna Blanca.

 

Vuelta al Pissis

O vulcão Pissis é o terceiro ponto mais alto das Américas, com 6.795 m de altitude. Se você tem um 4×4 e sabe conduzir bem em terreno fora de estrada, a Vuelta al Pissis é uma boa opção para ver esse vulcão por todos os ângulos e, também, visitar diversos outros pontos lindíssimos, como La Herradura, Laguna Brava, Laguna Verde (mais uma com esse nome), Balcón del Pissis e o Volcancito, que é um dos atrativos mais bonitos da Puna argentina, na minha opinião.

Se você começar a Volta pelo sul, saiba que no povoado de Jagüe há um posto da polícia e só te deixam passar se tiver contratado um guia local, porque a região da Laguna Brava fica em uma reserva provincial que tem essa regra um tanto estranha. Portanto, recomendo que comece pelo norte e dirija no sentido dos atrativos que descrevo abaixo.

Clique aqui para abrir minha página no Wikiloc e baixar o trajeto da Vuelta al Pissis.

Durante a Vuelta al Pissis você encontrará alguns campos de penitentes, que são essas curiosas formações de gelo. Não se sabe exatamente como os penitentes se formam, apenas que ocorrem em locais muito secos, acima de 3 mil metros de altitude e onde o gelo sofre sublimação, ou seja, em vez de derreter, ele passa do estado sólido direto para o gasoso.

 Esses penitentes têm até 2,5 metros, mas podem passar de 3 metros.

 

Balcón del Pissis

Mirante com vista muito bonita para as lagunas e vulcões, com destaque evidente para o Pissis ao longe. Parte do caminho está com muitos buracos, mas é possível fazê-lo com carro de passeio, embora seja bom ter um carro alto.

Laguna Negra e Vulcão Pissis.

 

Laguna Verde

Distante 35 km do Balcón del Pissis, é uma das lagoas mais bonitas da Puna argentina e também pode ser acessada por carros de passeio. Há um caminho que leva para o norte da lagoa e, assim, é possível ter a vista dela com o Pissis ao fundo.

Laguna Verde.

 

Volcancito de Troya/La Rioja

Conhecido como Volcancito de Troya ou Volcancito de La Rioja, é uma formação em forma de vulcão (mas não é um vulcão), com mais ou menos 12 metros de altura e que tem um lago de água bem verde no que seria a cratera do vulcão. Para chegar aqui, seja pelo norte, seja pelo sul, é preciso estar em um 4×4, saber conduzi-lo bem e ter consciência que, se algo der errado, podem passar dias sem aparecer nenhuma pessoa, então é recomendável que faça com ao menos dois veículos.

Se você for para o Volcancito vindo do sul, partindo de Villa Unión, precisará contratar um guia para passar pela região da Laguna Brava.

Volcancito de Troya/La Rioja.

Volcancito de Troya/La Rioja.

Volcancito de Troya/La Rioja.

 

Laguna Brava

Como expliquei acima, essa lagoa fica em uma reserva provincial e é obrigatória a contratação de guia. De qualquer forma, não acho a Laguna Brava tão bonita para ser o único destino do dia, mas vale uma parada se for passar por ali para visitar o Volcancito, pois esse é realmente lindo.

Foto aérea da Laguna Brava.

 

La Herradura

Próximo à cidade de Vinchina, na Quebrada de Troya, o Río Vinchina faz uma curva em forma de ferradura, bem ao lado da Ruta 76.

La Herradura na Quebrada de Troya.

 

Cafayate

Pequena cidade muito charmosa, com ótimas opções de restaurantes, empanadas (conheça a casa de las Empanadas) fábricas de alfajores (recomendo a Calchaquitos), vinícolas e ainda serve de base para quem quer conhecer a Quebrada de las Conchas e/ou o Monumento Natural Angastaco.

A trilha para as Cascadas del Río Colorado também é bonita, com uma sequência de belas e congelantes quedas d’água. Como há trechos difíceis de subir pelas pedras, recomendo que contrate um guia, mas caso tenha bastante experiência, é permitido fazer por conta própria.

Praça de Cafayate e a Catedral Nuestra Señora de Rosario.

Cafayate vista desde a trilha para as cachoeiras.

Tomando um banho geladíssimo na quarta cachoeira da trilha.

 

Quebrada de las Conchas

A apenas 12 km de Cafayate, é imprescindível conhecer a Quebrada de las Conchas, uma reserva natural com formações geológicas impressionantes que merecem uma visita de ao menos meio dia, caso queira conhecer apenas o que está bem próximo da estrada, ou um dia inteiro, caso faça também a trilha Los Estratos, que vale a pena cada passo dado não só para ver a formação que dá nome à trilha, como também pelo mirante no fim do caminho.

Garganta del Diablo.

Los Castillos.

Los Estratos, formação com acesso por trilha de 1,2 km (ida e volta).

Vista no fim da trilha Los Estratos, com 3,4 km (ida e volta).

 

Monumento Natural Angastaco e Cachi

Entre Cachi e Cafayate, seguindo pela Ruta 40, que sem dúvidas é uma das estradas mais bonitas do mundo, você vai passar pelo Monumento Natural Angastaco e verá muitas outras belas formações e vinícolas. O trajeto entre as duas cidades leva em torno de 3,5 horas, mas considere mais tempo porque você fará muitas paradas pelo caminho.

Cachi é mais uma vila com o título de “Pueblo Auténtico”, que já expliquei no início do artigo, e é chamada de “pueblo blanco” por suas construções que, como você já adivinhou, são brancas.

Monumento Natural de Angastaco na Ruta 40, a estrada mais bonita e famosa da Argentina.

 

Ruta de los Seis Miles

O trecho da Ruta 60 entre Fiambalá e o Paso San Francisco é conhecido como Ruta de los Seis Miles porque há muitos vulcões com mais de 6 mil metros nessa região. Porém, apesar da fama desse roteiro, eu não me impressionei com nenhum ponto do caminho, então se você já percorreu ao menos parte do roteiro que descrevi nesse artigo, imagino que também não se surpreenderá com a Ruta de los Seis Miles.

Conheça o livro "As Mais Belas Trilhas da Patagônia"

Torres del Paine, El Chaltén, Bariloche, Ushuaia, Villarrica, Cerro Castillo, Dientes de Navarino e Parque Patagonia