Conheça o livro "As Mais Belas Trilhas da Patagônia"

Torres del Paine, El Chaltén, Bariloche, Ushuaia, Villarrica, Cerro Castillo, Dientes de Navarino e Parque Patagonia

Circuito Dientes de Navarino, Chile – Relato de trekking

Visão geral

Dientes de Navarino, no Chile, é famoso por ser o circuito de trekking mais austral do mundo, atraindo quem quer ter a experiência de trilhar em uma região de clima subantártico. Para mim, o que me levou até a distante Ilha Navarino foi a beleza de seus lagos e montanhas, que eu queria fotografar para o livro As Mais Belas Trilhas da Patagônia.

O circuito normalmente é feito em 4 dias, mas como é curto, pode ser concluído em 3 dias por quem estiver bem treinado. São apenas 45 km e 3.400 metros de elevação acumulada, já contando a trilha lateral para o Cerro Bettinelli, mas sem incluir os 3 km do centro de Puerto Williams até o início da trilha e os 7 km de caminhada pela estrada no último dia, caso não tenha contratado um transporte ou não consiga carona.

Imagem de satélite do Circuito Dientes de Navarino, também conhecido como Circuito de los Dientes.

 

Cidade base

Puerto Williams tem em torno de 2 mil habitantes (Censo 2017) e a metade trabalha para a Marinha Chilena. Apenas em 2018 o governo chileno a classificou como uma cidade e, com isso, pegou de Ushuaia o título de cidade mais austral do planeta, que sua vizinha argentina ainda usa muito bem para alavancar o turismo. Deixando a rivalidade entre argentinos e chilenos de lado, é importante dizer que Puerto Williams não conta com grande infraestrutura turística e os preços são mais altos que em outras regiões da Patagônia, por causa do seu isolamento.

O único hotel que usei e posso recomendar é o Fio Fio, que você pode reservar pelo Booking.com.

Praça principal de Puerto Williams.

Esse cachorro deve ser importante, tem até seguranças.

 

Como chegar

Há três opções para chegar na ilha Navarino, todas caras. A primeira é voar até Punta Arenas, no Chile, e pegar um avião bem pequeno até a ilha Navarino. A desvantagem desse voo é que o preço é ainda mais alto que o barco e a restrição de bagagem é grande, então talvez você tenha que comprar a comida para a trilha na Ilha Navarino, o que vai te limitar pois lá não há muitas opções. A vantagem é que você não vai ficar dependendo das condições do mar, como quem opta por ir de barco. A empresa que opera esse voo é a DAP, clique aqui para abrir o site dela.

A segunda opção é ir até Ushuaia, na Argentina, e pegar um grande barco inflável para Puerto Navarino. Depois de atravessar o Canal de Beagle, a empresa que fez seu transporte de barco vai te levar de van até a cidade de Puerto Williams. As vantagens são que o custo é um pouco menor que o avião, apesar que ainda é bem caro por um trajeto tão curto, mas principalmente por poder levar bagagem sem limitação de tamanho e peso, o que é útil principalmente para quem está fazendo uma viagem mais longa e carrega mais que a mochila cargueira. A principal desvantagem é que, se as condições de mar estiverem ruins, o que não é muito raro, o barco não faz a travessia, então imagine o desespero de quem está na Ilha Navarino precisando voltar para Ushuaia para pegar um avião, mas não pode atravessar. Há duas empresas que fazem esse trajeto, a Hielos Antárticos e a Onashaga Expeditions, clique sobre os nomes pra abrir os sites.

A terceira opção é pegar um barco de carga em Punta Arenas, que leva também passageiros em cabines simples. A viagem dura em torno de 28 horas e passa por inúmeras ilhas, fiordes e geleiras, o problema é que essa travessia só acontece de 4 a 6 vezes por mês. Clique aqui para abrir o site da Austral Broom.

 

Melhor época

Se possível, vá entre o meio de dezembro e o fim de março, pois antes disso é possível que pegue os lagos ainda congelados.

 

Custos

Por não estar dentro de um parque nacional, não há taxa e nem é obrigatório contratar guia, mas se você não tem muita experiência em trekking em climas frios, recomendo que contrate um pois há boa chance de acontecer um acidente, como o que eu relato no último dia da minha caminhada.

Eu fiz a trilha sozinho, mas conversando com os moradores, parece que a Turismo Shila é uma referência na Ilha Navarino. Mesmo não os contratando, fui antes da travessia para tirar algumas dúvidas e fui muito bem recebido. Clique aqui para abrir o site deles.

 

Sentido horário ou anti-horário?

Você pode fazer em ambos os sentidos, mas o mais comum é fazer no sentido horário. As vantagens de fazer no sentido horário é que é um pouco mais fácil de atravessar o Paso Australia e que, como as pessoas costumam fazer nesse sentido, você terá contato com as mesmas pessoas nos acampamentos, o que cria um pequeno vínculo que pode ser útil em caso de um problema. Porém,a vantagem de fazer no sentido anti-horário é que pode pegar um transporte na cidade até o início da trilha, não dependendo disso quando terminar o circuito se fizer no sentido horário.

 

Tracklog para GPS

Clique aqui para baixar a trilha na minha página do Wikiloc.

 

Relato

Cheguei na Ilha Navarino no começo de dezembro de 2019, durante uma viagem de 6 meses para produzir o livro As Mais Belas Trilhas da Patagônia. Como eu estava em Ushuaia, usei o serviço de barco rápido para chegar em Puerto Williams.

Apesar de terem me avisado que os lagos ainda estavam congelados, resolvi fazer o circuito mesmo assim e, depois de algumas semanas, faria de novo para fotografar com os lagos descongelados. Afinal, eu já estava lá e não queria ficar parado na cidade, que não achei bonita e é um pouco cara por causa de seu isolamento.

Dia 1 – Puerto Williams a Laguna del Salto (11,4 km – Elevação acumulada de 774 m)

A trilha começou com uma longa mas pouco íngreme subida do Cerro Bandera, que tem esse nome por ter uma enorme bandeira chilena perto de seu cume. Como não havia vento algum, a bandeira não estava flamulando para que eu pudesse fotografá-la com o Canal de Beagle ao fundo, então segui em frente com uma bela vista para a Laguna Róbalo.

Já perto da Laguna del Salto haviam alguns trechos com grande inclinação lateral, em que um escorregão na neve ou na terra fofa poderia causar um acidente, então andei sempre com os bastões bem presos para ter mais segurança.

O dia começou nublado, mas as nuvens se dissiparam um pouco e o sol aparecia de tempos em tempos, me permitindo fazer boas fotos.

Infelizmente, ao chegar na Laguna del Salto confirmei o que haviam me dito: ela estava coberta por uma fina camada de gelo. Não nego que eu tinha esperança que os dias de sol já teriam derretido tudo, mas ao menos não me decepcionei pois era o que eu esperava.

Pouco depois de chegar na laguna e montar a barraca, chegaram nuvens baixas que impediram a vista para o vale e as montanhas. Se a Patagônia Andina é uma região onde o clima é instável, aqui no extremo sul dela já pude perceber que o clima é ainda mais duro e inconstante, então só me restou comer, ler e conversar com o único trilheiro que dividia a área de camping comigo.

Puerto Williams vista da subida para o Cerro Bandera.

Do outro lado do Canal de Beagle está Ushuaia, na Argentina.

No centro está a Laguna Róbalo e, à esquerda, a Laguna del Salto e os Dientes de Navarino.


Foto em 360º com vista para o Valle Róbalo. Clique para abrir e use o mouse para girá-la.

Laguna del Salto congelada e os Dientes de Navarino.

A pequena cachoeira que dá nome à laguna.

Minha barraca na Laguna del Salto.


Foto em 360º na Laguna del Salto. Clique para abrir e use o mouse para girá-la.

Em pouco tempo, nuvens baixas chegaram e esconderam as montanhas.

Dia 2 – Laguna del Salto a Laguna Escondida (11,3 km – Elevação acumulada de 630 m)

O segundo dia começou lindo, com muito sol e logo comecei a caminhada, atravessando o Paso Australia com um céu azul que há tempos eu não via na Patagônia. Chegando do outro lado da montanha encontrei a Laguna del Paso parcialmente descongelada, o que foi uma ótima surpresa.

Animado pela esperança de encontrar os próximos lagos sem gelo, cheguei na Laguna del Picacho e passei um bom tempo fotografando um castor que, incomodado com minha presença, batia a cauda na água na tentativa de me espantar.

Logo após, o céu ficou encoberto e não consegui fotografar bem a Laguna de los Dientes, então fui direto para a Laguna Escondida, que estava com poucas placas de gelo.

Montei a barraca em uma linda península, bem exposta aos ventos, mas resolvi arriscar porque eu tinha uma vista incrível a partir da barraca. Pouco depois chegaram 3 americanos, conversamos um pouco sobre política e meio ambiente até que fui dormir, mas no meio da noite tive que mudar a barraca pois o vento ficou muito forte e, se piorasse mais um pouco, ela seria arrancada ou teria as varetas quebradas. Perdi a aposta para a Patagônia!

Autorretrato atravessando o Paso Australia. Essa foto é a contracapa do livro As Mais Belas Trilhas da Patagônia.

Laguna del Paso parcialmente descongelada, o que me encheu de esperança para a sequência da caminhada e das fotos.


Foto em 360º na Laguna del Paso. Clique para abrir e use o mouse para girá-la.

Castor na Laguna del Picacho.

Castor na Laguna del Picacho.


Foto em 360º na Laguna del Picacho. Clique para abrir e use o mouse para girá-la.

Pelo visual, coloquei a barraca nessa península, mas tive que sair de noite por causa de ventos fortíssimos.

Dia 3 – Bate-volta para o Cerro Bettinelli (14,1 km – Elevação acumulada de 707 m)

Depois do café-da-manhã conversei mais um pouco com os americanos, que estavam em um casal, Mary e Manesh, e um amigo, o Mustafá, que muito gentilmente me deu dois hand warmers (uma bolsinha que é colocada dentro da luva para esquentar as mãos). A princípio eu recusei, já que não precisava, mas ele insistiu e disse que tinha um monte, então aceitei por educação. Como o dia não estava bom para fotografar, resolvi voltar um pouco e pegar a trilha para o Cerro Bettinelli e, de lá, para o Lago Windhond. Esse lago não me atraía muito, mas já que não posso continuar meu trabalho, seria legal fazer uma trilha só por diversão, sem ter que pensar nas fotos.

Quando cheguei no cume do Cerro Bettinelli e começaria a descida até o lago, não senti vontade alguma de continuar. O tempo estava feio, o lago não parecia atrativo e, pior, o caminho de volta para Puerto Williams seria por um vale sem vistas bonitas e com muitos charcos. Mudei de ideia mais uma vez e comecei o caminho de volta para Laguna Escondida, aproveitando a liberdade de estar sozinho e poder mudar de planos quantas vezes quisesse. Para quem está fazendo o circuito Dientes de Navarino, recomendo o bate-volta até o cume do Cerro Bettinelli, no segundo dia, tendo assim uma bela visão tanto do mar como das montanhas.

Quando cheguei na Laguna de los Dientes, me sentei e fiquei lendo para ver se em algum momento faria sol e eu pudesse fotografar, mas em vez disso começou a chover. Então coloquei o poncho por cima de mim e da mochila e lá fiquei por mais de uma hora, quando não só parou de chover, como fez sol e pude, finalmente, fotografar o lago do modo que ele merece.

Assim que terminei, fui quase correndo até a Laguna Escondida para conseguir fotografá-la e, hoje, consegui, ela estava lindíssima e foi, sem dúvida, meu ponto preferido desse circuito.

Vista a partir do Cerro Bettinelli para o Lago Windhond e, atrás, o mar em direção ao Cabo Horn.

Laguna de los Dientes.


Foto em 360º no Paso de los Dientes. Clique para abrir e use o mouse para girá-la.

Laguna Escondida e os Dientes de Navarino.


Foto em 360º na Laguna Escondida. Clique para abrir e use o mouse para girá-la.

Dia 4 – Parado na Laguna Escondida

A segunda noite na Laguna Escondida teve chuva fraca e vento, mas ao acordar vi que não era chuva, era neve, muita neve! Enfim, nem pensar em caminhar e, como eu tinha comida para dois dias a mais, não tive que racionar as refeições. Só fiquei pensando nos 3 americanos que, naquele dia, cruzariam o Paso Virginia, última montanha do circuito e que pode ser difícil de atravessar quando há uma tempestade de neve, deixando tudo completamente branco e não sendo possível diferenciar o que é chão do que é ar.

Passei o dia todo na barraca, saindo apenas para retirar a neve que se acumulava sobre ela e para colocar pedras ao redor, na tentativa de evitar a entrada de neve na barraca por baixo do sobre teto. Passei as horas lendo no Kindle, vendo filmes baixados da Netflix e, quando vinham as rajadas mais fortes, eu segurava as varetas porque o teto da barraca chegava a encostar no meu rosto. Como pode imaginar, foi um dia daqueles dias em que as horas não passam.

Mesmo no auge do verão é possível nevar bastante na Ilha Navarino.

Laguna Escondida fazendo justiça ao nome, agora escondida atrás da neve.

Dia 5 – Laguna Escondida a Puerto Williams (21,7 km – Elevação acumulada de 979 m)

Acordei pouco depois das 04:00 e como não estava chovendo ou nevando, resolvi seguir em frente porque já estava há 36 horas dentro de uma minúscula barraca e queria me movimentar. Às 09:00 eu já estava no primeiro ponto de camping e fui para o seguinte, que alcancei ao meio-dia. Então me deu vontade de fazer os 3 trechos no mesmo dia, seguindo direto para Puerto Williams, em caminhada longa mas, mas como já havia feito várias trilhas desde o início da viagem, estava em boa forma.

Ao chegar no cume do Paso Virginia, comecei a andar pela neve e percebi que ela não estava firme sobre as pedras, abaixo haviam grandes buracos, então decidi mas, pouco depois, afundei uma perna em um buraco e só não caí mais pois me segurei com os braços. Me levantei e segui com muito cuidado para a área sem neve, mas pouco antes de chegar nas pedras encontrei uma barraca, fogareiro, uma blusa de lã e outros equipamentos. “Como essas coisas vieram parar aqui?”, pensei. A barraca estava nova e parecia ser do casal de americanos, assim como a garrafa rosa e a blusa deveriam ser da Mary. Procurei se havia nome gravado em algum equipamento, mas não encontrei, então recolhi tudo e levei para o trecho sem neve, colocando pedras em cima para que não voassem. Pensei em levar para cidade, mas caso tivesse ocorrido algum acidente, seria melhor deixar as coisas ali para ser mais fácil de entender o que ocorreu.

Comecei a descida e, pouco depois, vi um grande buraco na neve com uma bolsa impermeável do lado de fora, então imaginei que o buraco poderia ter sido feito pela queda de alguma pessoa e que ela jogou para fora a bolsa estanque para sinalizar sua localização. Por outro lado, eram 3 os americanos, se alguém se acidentou haviam outras pessoas para ajudar ou chamar socorro.

Segui a caminhada, mas não conseguia parar de pensar que algo deu errado com eles, então quando cheguei na Laguna los Guanacos, em vez de seguir pela trilha certa, peguei o antigo caminho, que está mal marcado mas é mais curto. Por sorte, ao chegar na estrada o primeiro carro que passou me deu carona, evitando uma caminhada de 7 km pelo asfalto. Assim que entrei no carro e contei que havia feito o circuito, me falaram que um americano estava desaparecido e, involuntariamente, ensinei para eles alguns palavrões em português. Pedi para me deixarem nos Carabineros, mostrei para os policiais as fotos dos equipamentos e a localização e me ofereci para ir no dia seguinte mostrar o ponto exato, já que estava escurecendo e eu não tinha condição de subir o Paso Virginia.

A Mary havia ido embora da ilha, mas o Manesh, seu namorado, estava hospedado nos Carabineros e me contou que, no dia da tempestade de neve, eles estavam em meio a um whiteout, que é um fenômeno climático que impede a diferenciação do chão para o ar, não há sombras nem referências visuais, causando grande desorientação. Enfim, o Mustafá estava andando pela neve sem conseguir enxergar e caiu em um buraco. Como não era possível subir, ele continuou na direção que estava andando anteriormente, enquanto o casal, com medo de também cair, se enrolou na barraca e chamou ajuda pelo rastreador via satélite Garmin inReach. A equipe da Garmin nos EUA entrou em contato com os Carabineros e, em algumas horas, os socorristas chegaram ao cume do Paso Virginia, levando o casal para baixo. Como não conseguiram ver nem ouvir nada do Mustafá, dormiram na cidade para continuar a busca no dia seguinte.

Eu não entendi como o Mustafá conseguiu andar em um buraco e imaginei que ele havia caído em uma greta, já que, naquele trecho, eu também havia afundado uma perna até a virilha e, ao me levantar, vi que havia um buraco com mais de 2 metros de profundidade e alguns metros de largura. Na minha cabeça o Mustafá caiu em um lugar igual e, como não pôde subir, continuou andando até cair no trecho seguinte, abrindo o buraco na neve que eu fotografei na descida do passo. A única certeza que eu tinha é que eu estava com os hand warmers e ele estava na neve, quantas vezes será que ele se arrependeu de ter me dado isso?

Deixei meu contato com os Carabineros e com o Manesh e fui, finalmente, tomar banho, comer e descansar para poder subir no dia seguinte com a equipe de resgate. Felizmente, umas horas depois um policial me escreveu dizendo que o desaparecido havia chegado por conta própria na cidade! Aliviado por não ter que voltar para a trilha no dia seguinte e feliz pelo Mustafá estar bem, dormi tranquilo e encontrei os americanos no dia seguinte enquanto esperávamos o barco que liga a ilha Navarino à Ushuaia.

Tudo fez mais sentido quando o Mustafá disse que, na verdade, não caiu em um buraco ou greta, ele caiu da beira do Paso Virginia, mas como estava tudo completamente branco por causa do whiteout, para a Mary e o Manesh a impressão é que ele estava em um buraco. Sendo impossível subir, andou até chegar no trecho de terra e desceu até o bosque, onde colocou a barraca e passou a noite. No dia seguinte continuou descendo, sem saber onde estava a trilha, já que quem tinha GPS era apenas o Manesh, mas no fim do dia chegou na estrada, seguiu até a cidade e, claro, deu entrevistas para os jornais locais pois ele era o assunto da ilha.

Para mim, essa história serviu pra reforçar a importância de ter um comunicador via satélite, especialmente um que permita enviar mensagens de texto, não apenas um pedido de socorro que não explica o que está acontecendo. Eu sei que, para um brasileiro, não é um equipamento barato porque nossa moeda não vale muito, mas enquanto um casal foi resgatado poucas horas depois de ter pedido ajuda, a pessoa que não tinha o rastreador passou a noite na montanha e só não teve maiores problemas porque, por exemplo, não quebrou a perna com a queda. Também costumo levar um pouco mais de comida do que é necessário, justamente para o caso de uma emergência me impedir de retornar no tempo previsto ou para poder ficar acampado esperando o tempo melhorar. Sim, ter mais peso nas costas não é agradável, mas ter a liberdade de chegar um ou dois dias depois do planejado vale esse esforço, a vida é boa demais para arriscar por conta de um quilo a mais nas costas e uns reais a menos na conta.

Vista do Paso Ventarrón.

Pausa para um lanche, aproveitando a pausa na chuva.

Equipamentos que encontrei no topo do Paso Virginia.

Buraco na neve com a largura de uma pessoa e uma bolsa estanque do lado de fora.

Laguna los Guanacos e Canal de Beagle vistos do Paso Virginia.

Paso Virginia visto da Laguna los Guanacos.


Foto em 360º na Laguna los Guanacos. Clique para abrir e use o mouse para girá-la.

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